André Serpa Soares é um dos rostos do sucesso da TAP



Trabalhar para viver ou viver para trabalhar...
como encontra o equílibrio?

O trabalho faz parte da vida. São indissociaveis...a menos que se herde uma fortuna ou se ganhe o Euromilhões. O equilíbrio é perceber isto.

Supersticioso?
Não. Até porque dá azar.

Como e quando embarcou na aventura chamada TAP?
A minha colaboração com a TAP, enquanto consultor, data de há mais anos, mas há cerca de 10 integrei os quadros da empresa, através de concurso público de admissão. Tive a alegria de ser um dos três escolhidos, entre largas centenas de candidatos.

Porta-voz da Tap, gostaria de poder estar mais vezes nos céus e menos em terra?
 Faz parte da nossa rotina diária, na TAP, subir aos céus e aterrar, num contínuo que não pode nem vai parar. Desta forma, não há monotonia, e surgem sempre novos desafios.

Corre-se o risco de gostar de uma má ideia só pelo facto de ser uma ideia nossa? Como evitar isso?
Claro que sim. Todos temos más ideias, assim como boas. A inteligência reside em conseguir depois distinguir umas das outras.

Se lhe fosse dado a escolher a viver a vida de um famoso português, quem escolhia? Porquê?
Talvez Pêro Vaz de Caminha, ou Fernão Mendes Pinto. Mais o primeiro. Poucos são os homens que, na história da humanidade, tiveram a oportunidade de descobrir um “mundo novo” e de contá-lo em primeira mão aos outros homens. É invejável.


Três coisas que leva sempre nas férias?
 Cansaço, livros e imensa vontade de “dolce fare niente”

Encontra alguma ligação entre criatividade e rebeldia?
Não. Nenhuma.

Qual foi o momento máximo na sua carreira?
Já trabalhei em diversas atividades e empresas, e em todas elas vivi sempre momentos especiais. O “momento máximo” é gostar do que faço, sentir que o meu trabalho produz resultados e me dá satisfação.

E na sua vida?
O nascimento das minhas filhas. Sem rival.

Qual a chave do sucesso da TAP ao longo dos seus longos anos de sua existência?
Uma prioridade máxima para a segurança de voo. Contar com profissionais de elevada competência e dedicação. A procura da excelência no serviço que presta ao cliente. A resiliência, mesmo nos períodos mais conturbados. Ser portuguesa.

Diurno ou nocturno?
Diurno quase sempre, nocturno quando posso ou quando se torna inevitável.

Uma bebida?
Um copo de água.

Um livro?
Tive o privilégio de usufruir de uma boa “educação literária”. Nasci numa casa com milhares de livros nas estantes e sempre fomos estimulados a ler, um pouco de tudo, desde muito novos. Tenho muita dificuldade em escolher, de tudo o que já li, da literatura clássica à contemporânea, um único livro ou autor. Por razões que não consigo explicar claramente, houve dois livros que li durante a adolescência e que na altura me marcaram muito: “Hotel New Hampshire” de John Irving, e “O meu pé de laranja lima” de José Mauro de Vasconcelos. Guardo esta memória, pois não reli nenhum deles desde então. Tenho a noção que eventualmente estão longe de ser obras-primas da literatura, mas não sou piegas e creio que estes terão sido os únicos livros que me fizeram chorar. Por isso os nomeio.

Local perfeito para um momento entre amigos?
Não será tanto o espaço, creio que o mais importante é o tempo.

Qual a melhor via para se chegar a um cliente, através de uma via racional ou emocional?
A via racional aponta para fatores de escolha como o preço, a qualidade do serviço, a segurança, a conveniência e a fiabilidade. A via emocional é cada vez mais determinante e passa sobretudo por demonstrar, mais por ações concretas do que por palavras, que o Cliente conta, e que a organização quer ouvir o que ele tem a dizer e quer estabelecer diálogos mutuamente construtivos com ele. Existem ainda outros fatores de afeto que determinam a relação, e os portugueses sabem de afectos.

Qual a lembrança mais antiga que tem de si?

De forma absolutamente clara, a de ir de elétrico, com o meu avô, conhecer a minha irmã acabada de nascer numa clínica de Coimbra.


Com que heróis se identificava em criança?
Depende das fases, mas Sandokan, Vickie o Viking, Flash Gordon, Príncipe Valente, Capitão Nemo…

Três palavras importantes para si.
Amor. Liberdade. Saúde.

Quando escrever um livro com as suas memórias, qual será o título?
“Do que já esqueci”

Uma mensagem para este blog?
Tendo também vivido alguns anos fora de Portugal, aprecio vivamente o trabalho que o Ricardo Vieira desenvolve neste seu blog, em que puxa pelo que de bom os portugueses são e fazem, mas sem nacionalismos bacocos. Acredito que só nos apercebemos completamente das qualidades e virtudes portuguesas quando olhamos o País de fora. O Ricardo é um homem global, da cultura universal, mas ligado às suas raízes. Porque também somos, sempre, de onde viemos. Parabéns ao Ricardo e um forte abraço a todos os leitores d’ “O Canto do Vieira”.

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