Alice Machado, escritora portuguesa radicada em Paris, à conversa para o
Blog do Vieira
Último livro lançado?
Blog do Vieira
Último livro lançado?
Em Portugal lancei "Os
sonhos de Rafael. Em França "Entre Aube et crépuscule", um ensaio
sobre C. Baudelaire. De momento, preparo um novo ensaio sobre P. Verlain.
O que procura quando escreve?
Dar alma às palavras. Tentar
partilhar com os leitores as minhas alegrias, os meus pontos de vista sobre o
mundo - o claro/escuro da minha minha existência. No fundo, dar algo de
mim, sentir que estou menos só neste
mundo.
É uma
consequência de algum desajuste com o mundo, muito recorrente nos artistas?
Sim. Por vezes tenho a impressão que não sou
“daqui”.
Do que mais gosta de escrever nos seus livros?
A intimidade das minha
personagens, a sua fragilidade. Um género de “fraqueza mental”, que poderíamos
definir como um drama psicológico, sem no entanto ser mórbida, nem deixar cair o leitor dentro de um vazio.
Qual o escritor que mais influenciou a sua escrita?
Um pouco de todos. Tenho o
hábito de dizer que “somos o que lemos”. Depois fazemos a nossa mistura. Se
nomeasse todos, saturava certamente o jornal (risos).
Com quem mais gostou de se ter cruzado?
Também são muitos os nomes.
José Saramago, Urbano Rodrigues, Eduardo Lourenço, ou Daniel de Lacerda são
alguns dos muitos nomes com quem tive a alegria imensa de me ter encontrado.
Para quem escreve os seus livros?
Para todos os meus leitores. Não sou elitista. Considero que um livro é algo
que entra em sua casa, entra na
intimidade, provocando em si algo de diferente. Uma companhia.
Qual é o papel de um escritor numa comunidade emigrante?
Não sei ao certo. Mas creio
que deve dar a conhecer a nossa historia, os nossos costumes e ambições ao país
que nos acolhe. Daí ter escrito ao longo da minha carreira em francês.
Vive do que publica?
Tento, mas não é fácil. Mas o
meu objectivo de vida é de divulgar a nossa cultura, a nossa historia em
França. Falo deste país, porque moro aqui também. Farei de tudo para levar
Portugal a brilhar em todos os cantos do mundo, como fizeram os nossos
antepassados. Essa sim, é a minha e a nossa maior riqueza.
Algum tema que jamais escreveria?
Penso que não ! Há sempre um
lado por onde se pode pegar!
Que leituras lhe deu mais prazer?
Eu diria que ler um bom livro
é sempre um prazer e um sofrimento. Há tantos.... mas talvez “Lettre au
Greco” de Nikos Kazantzakis où
‘Immoraliste” de Gide”
Por quais dificuldades passou para publicar o seu primeiro livro?
É o caminho da cruz, sobretudo
quando se desconhece o meio. Foram "nãos atrás de nãos", até que um
dia recebi o tão desejado sim.
Que palavras gostava de dirigir àqueles que querem lançar o seu primeiro
livro?
Não gosto muito de dar
conselhos, visto que cada um tem o seu funcionamento próprio. Contudo,
aconselharia seguir a tradição literária, seguindo um editor tradicional com
uma boa distribuição.
Tem uma plataforma onde os nossos leitores possam acompanhar o seu
trabalho?
Sim, www.alicemachado.com
Comentários
Enviar um comentário