Com "Après un Rêve" Fernando Costa demonstra ser um dos mais talentosos e proeminentes violoncelistas portugueses no panorama musical mundial



                                                                                                                     
                                                                                                    Fotografia: Cláudia Moura
 

Nome: Fernando Costa

Disco preferido: Noc Nek' Tiho Svira
 
Cidade portuguesa de eleição: A invicta, Porto!

  


Está a estudar no estrangeiro?
Sim, neste momento encontro-me a concluir o mestrado em performance em Berna, na Suiça,     com o prestigiado violoncelista António Meneses.                                                                                                                                                                                                                                                       
Como descobriu o violoncelo? Como tudo começou?
Comecei a ouvir música clássica antes de nascer, quando ainda estava na barriga da minha mãe. Não tenho uma explicação poética para a escolha do instrumento, visto ter sido por influência dos meus pais, professores de música, que desde cedo me incentivaram a entrar no conservatório, e que me aconselharam o violoncelo. 

Estamos então perante uma tradição familiar musical?
Sim somos quatro aqui em casa. O meu pai e a minha mãe, ambos professores de música e que estudaram piano no Conservatório. O meu irmão, gémeo, pianista, e eu, no violoncelo. 

Com que época e compositor mais se identifica?
No Romantismo, sem dúvida.

Quarteto ou Orquestra?
Quarteto!

Qual o professor com quem mais gostou de trabalhar? (ou quem mais o influenciou?)
Tive a sorte de ter encontrado as pessoas certas nos momentos certos, e tudo foi acontecendo de forma muito natural. Contudo, tenho duas referências importantes no meu percurso: Valter Mateus, meu professor durante os meus primeiros onze anos de formação, e Jed Barahal, mais tarde, nos meus quatro anos de licenciatura.

O que acha do escasso numero de obras editadas, publicadas e comercializadas em Portugal nos últimos anos?
A verdade é que com o passar dos anos há cada vez mais obras editadas em Portugal, e a AVA Editions tem realizado um excelente trabalho em prol da edição de partituras. Mesmo assim, muitas das grandes obras musicais portuguesas continuam esgotadas ou mesmo não editadas. Às vezes pergunto-me porque é que literatura portuguesa teve o privilégio de ser editada, mas a música não?!

Qual o seu compositor português de eleição?
Joly Braga Santos

E a obra?
4ª Sinfonia de Joly Braga Santos

O que ouve no carro?
Essencialmente música erudita e jazz. (mas não digo não ao silêncio!)

Quais as diferenças que encontra entre os violoncelistas do nosso tempo e de há 50 anos atrás?
Não sei se serei capaz de decifrar exactamente as diferenças. Contudo, e de uma maneira geral, é o facto que nestas novas gerações de artistas parece, por vezes, que estamos a ouvir um computador. Vemos como muitos deles são tecnicamente impecáveis, e é claro que não devemos desvalorizar a técnica, mas, às vezes, ela torna-se uma obsessão. A conexão emocional que a música oferece continua a  ser o sentido de tudo a que me proponho e que falta a muitos músicos. 

Considera Portugal um pais culturalmente activo?
Não!
Eu consigo perceber, e sei que há uma vontade enorme de muita gente em aumentar e fazer evoluir a actividade cultural do país. Mas pouca vontade da parte do Governo devido à falta de cultura e visão dos políticos portugueses. Em relação à minha área, o músico tem a responsabilidade social de querer fazer-se ouvir. Mas para isso, precisamos de um palco e de luzes, para que possamos passar a nossa mensagem.

Acaba de lançar o seu primeiro CD com o seu irmão, o pianista Luís Costa. Fale-nos um pouco deste projecto.
É um passo enorme e muito importante na minha curta carreira.Tudo partiu de um convite da editora espanhola KNS Classical, pela qual sou também agenciado. Juntamente com o meu irmão gémeo, gravei o meu primeiro CD – “Après un rève”. Foi um processo longo mas de crescimento, muito crescimento musical e pessoal. No CD estão gravadas obras de dois nomes ilustres da história da música Portuguesa - Joly Braga Santos e F. Lopes-Graça -, e Peças de Fantasia de Schumann e 3 canções de Fauré, das quais faz parte a famosa Après un rêve

Quais os seus próximos projectos?
Nos próximos tempos apresentar-me-ei em concertos em Espanha eItália. Em Portugal, em Maio, vou actuar juntamente com o meu irmão no CCB em Lisboa e no Rivoli no Porto.




Tem um suporte on-line onde os leitores deste blog possam acompanhar a sua carreira?

Neste momento tenho a página de artista no facebook: http://www.facebook.com/fernandocostacello
E brevemente estará disponível o meu site oficial:

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